Shire
Raça de grande porte, forte, resistente e com um temperamento dócil, calmo e paciente. Os Shires são considerados “crianças grandes”.
Cavalo originário da Inglaterra, de grande porte, força e resistência, o Shire ganhou a fama de ser o maior cavalo do mundo. Durante o período medieval os cavalos desta raça eram muito utilizados, já que em função de seu tamanho, podiam facilmente carregar o homem e sua armadura, bem como passar por terrenos irregulares e com neve, pois suas grandes patas lhe permitem bastante estabilidade.
Sua estatura parte de 1,70m para mais, e já foram registrados exemplares com altura superior a 2m, dando motivos a sua fama. As fêmeas normalmente são menores em estatura que os machos, porém tendem a ter as ancas mais largas em função da procriação. Pesam em torno de 1 tonelada e conseguem carregar até cinco vezes o seu peso. Além de força e tamanho, o Shire possui outras diversas qualidades, uma das mais notáveis delas, sem dúvida é seu temperamento.
Você observa um cavalo enorme destes e imagina que ele deve ser bastante agitado e decidido, porém está enganado. O Shire é um animal calmo, paciente e absurdamente doce. São extremamente confiáveis, obedientes, e meigos, adoram um carinho. Dizem que os Shires são crianças grandes, e a convivência com eles auxilia em problemas de estresse e ansiedade.
Outra qualidade muito evidenciada destes animais é sua aparência. Esta raça traz de berço uma pelagem macia e sedosa na parte inferior das patas, onde seu pêlo é comprido, semelhante a uma calça “boca de sino”. Possuem olhos grandes e vibrantes, e uma cabeça robusta, com a crina macia. Sua cauda é alta e mantém-se ereta. Seu pêlo pode ser preto, branco, baio, cinza ou marrom.
São animais muito trabalhadores, por anos foram utilizados para transportar mercadorias das docas, através das cidades e do campo. Também foram utilizados nos serviços das famosas cervejarias da Inglaterra. Além de, em função da extrema beleza, realizarem o transporte das carruagens da elite inglesa.
Linha do tempo:
Em 1878 surgiu a Sociedade Cavalo Inglês, destinada a criadores e admiradores deste animal, e em 1884 mudou seu nome para Sociedade Cavalo Shire, publicando um livro de origens, contendo 2.381 garanhões. Entre 1901 e 1914, registraram-se cinco mil cavalos por ano. Os animais começaram a ser enviados para os Estados Unidos, fazendo com que a raça ficasse popular também por lá.
Foram essenciais no desenvolvimento da Inglaterra medieval, já que eram o “faz tudo” da época. Mas como tudo muda, a revolução industrial diminuiu consideravelmente o número destes exemplares, já que as máquinas, carros e tratores começaram a ocupar o seu lugar no cotidiano inglês. Milhares de Shires foram abatidos e vários criadouros fecharam. A raça então caiu para seu ponto mais baixo entre 1950 e 1960. Em 1955, por exemplo, menos de 100 cavalos foram apresentados no popular Salão de Primavera, evento anual britânico, que estava acostumado a ver mais de 300 exemplares.
Em 1970 a raça começou a se reerguer, com as associações de criadores que se formaram nos Estados Unidos, Canadá, Holanda, França e Alemanha, e em 1996 o primeiro Mundial Shire Horse Congresso (Congresso mundial designado a esta raça) foi realizado em Peterborough.
Hoje em dia o Shire participa de concursos de morfologia, provas de atrelagem, e dos tradicionais passeios turísticos de carruagem, e também são muito utilizados em espetáculos, pela beleza, obediência e força. Ainda são vistos na agricultura, porém em menor escala.
A raça está na lista dos animais em risco, e é considerada vulnerável, o que significa que em uma das últimas pesquisas realizada existiam mais ou menos 1500 éguas adultas ativas para reprodução, sendo um número bastante baixo.
Por diversas vezes o Shire esteve no livro de recordes tendo um de seus exemplares como o maior cavalo do mundo, porém o último anunciado pertence a um cavalo de sela Belga.
Existem outras raças de tração pesada como Clydesdale, Bretão, Friesian e Percheron, que pretendemos escrever um artigo sobre cada uma delas em breve.
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