A raça appaloosa é muito antiga, aperfeiçoada na América do Norte durante a segunda metade do século XX, através de rigirosos cruzamentos com cavalos árabes, quartos de milha e puros sangue ingleses.
Considerado exótica, a raça appaloosa se distingue principalmente por sua característica coloração na pelagem o cavalo, que pode apresentar-se manchada ou pintada, principalmente nas ancas.
No Brasil, a raça appaloosa foi oficialmente introduzida nos anos 70, e é utilizada principalmente no campo, além de se apresentar em torneios hípicos.
A raça appaloosa é rápida, possui temperamento vivo e boa índole. A cores oficiais para a pelagem da raça appaloosa são: blanket (cobertor), marble (mármore), leopard (leopardo), snowflake (floco de neve) e frost (geada).
Histórico
Domados ou Selvagens, os cavalos palouses coloriam as pradarias em galopes de liberdade ou montados pelos guerreiros indígenas que orquestravam o tropel com repetidos brados.
Não por acaso que a imagem mundialmente se perpetuou da Raça Cavalo Appaloosa é a do cavalo de indíos.
Nas ancas, dorso e cernelha o pincel da criação salpicou cores diferentes, distribuiu pintas escuras sobre a pelagem básica, algumas vezes carregou mais o pincel nas ancas em formato de mantas... As pelagens negra, alazã, castanha, zaina, baia, palomina, tordilha e rosilha ganharam composições como em nenhuma outra raça da espécie eqüina.
Formada a partir dos cavalos introduzidos pelos colonizadores europeus na América, estes animais de plástica inigualável corriam soltos pela bacia do rio Colúmbia e seus afluentes onde foram capturados e domesticados pelos Nez Perce, índios guerreiros que habitavam o vale do rio Palouse, uma região dominada pelos colonizadores franceses. Os Nez Perce domavam os cavalos pintados, usando-os como meio de transporte, montaria de caça e como instrumento de guerra nas constantes batalhas com os brancos.
Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no Estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de regiões íngremes e áridas, o cavalo dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.
A técnica de seleção, adotada há mais de 100 anos, acabou garantindo a preservação das principais características destes animais, em especial sua variada e exótica pelagem. Apesar de a autoria da primeira seleção da raça na América ser atribuída aos Nez Perce, historiadores acreditam que a origem de cavalos com a pelagem típica do moderno Cavalo Appaloosa é ainda mais antiga. Pinturas rupestres encontradas na Espanha e nas famosas cavernas de Lascaux, na França, desenhadas 18 mil anos antes de Cristo, revelam figuras de cavalos com características semelhantes as do Cavalo Appaloosa. Outros registros de cavalos pintados foram encontrados em pinturas chinesas datadas de 5.000 anos a.C. e em cavalos selecionados na antiga Pérsia há 1.600 anos.
Das batalhas a preservação
Na medida em que os colonizadores foram estabelecendo seus ranchos e implantando a pecuária no Oeste americano, a aptura de cavalos selvagens para utilização na lida se transformou em fator de sobrevivência.
Cobiçados pelo homem branco, os La Palouse passaram a ser motivo de disputas constantes, notadamente quando foram estabelecidas as rotas comerciais entre o Sul e o Norte, necessitando-se percorrer grandes distâncias a cavalo. Surgiam as batalhas e a vida indígena começou a sofrer grandes alterações. Em 1877, num histórico confronto entre os Nez Perce e a cavalaria americana, os La Palouse serviram de montaria de um povo inteiro numa rota de fuga que percorreu mais de dois mil quilômetros. Quando os Nez Perce se renderam em Montana - Estado americano na fronteira com o Canadá -, os cavalos que sobreviveram aos ataques foram distribuídos entre os soldados, deixados para trás ou simplesmente dispersos.
Crescia a decadência das nações indígenas, e sua reclusão em reservas a partir do início do século XX provocou a quase extinção da população eqüina, especialmente destes cavalos pintados. Espalhados pelo vasto território americano, os animais sobreviventes enfrentaram, ainda, o advento da motorização agrícola e a ramificação das ferrovias. Salvo exceções, o cavalo nos Estados Unidos foi colocado em segundo plano.
No entanto, na busca de resgatar os áureos tempos dos La Palouse e a cultura que a ele era atribuída, apaixonados por estes animais - rancheiros, criadores, descendentes dos Nez Perce e leigos - do Estado de Idaho fundaram, na década de 30, o Cavalo Appaloosa Horse Club - APHC, entidade que se tinha por objetivo maior preservar a história da Raça e garantir seu desenvolvimento. Dentre estes objetivos estava a utilização do cavalo no esporte e lazer, práticas que começaram a crescer na medida em que a mecanização invadiu a zona rural. Criadores, rancheiros, profissionais do cavalo, esportistas, entidades governamentais se envolveram no movimento.
Esta nova realidade foi fundamental para o renascimento do Cavalo Appaloosa. Buscava-se a seleção de animais fortes, ágeis, corajosos, mas que também que tivessem nos genes a capacidade de transmissão da pelagem exótica típica da Raça. No programa de seleção estabelecido a partir dos anos 30, foram feitas infusões de sangue de cavalos das Raças Árabe, Puro-Sangue-Inglês e, predominantemente do Quarto de Milha.
Destes cruzamentos nasceu, no conceito dos americanos, um tipo de cavalo com características únicas como a pelagem pintada, os cascos rajados, a pele malhada e a esclerótica branca, ou seja, aquela membrana que reveste o globo ocular.
Nas décadas seguintes os Cavalo Appaloosas começaram a desenvolver aptidões para diferentes provas eqüestres, notadamente as chamadas western como Apartação, Rédeas, Laço de Bezerro, Laço em Dupla baseadas na lida dos ranchos, além de Baliza, Tambor, etc. As habilidades do Cavalo Appaloosa como cavalo funcional e de esporte passaram a ser cultivadas em eventos públicos, especialmente nos rodeios, vitrine maior das competições dos rancheiros americanos.
Resgatado da quase extinção, o Appalosa rompeu as fronteiras dos Estados Unidos a partir dos anos 50, se estabelecendo em outros países e continentes, sendo selecionado atualmente no Canadá, Venezuela, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha, Israel e Brasil. Em nosso País chegou há quase três décadas, se expandiu a partir do Estado de São Paulo e já se consagra como o segundo maior e mais importante plantel mundial.
Padrão Racial
Aprenda a identificar as características morfológicas básicas do cavalo Cavalo Appaloosa
O Cavalo Appaloosa é um animal de sela, sendo desta forma útil nos trabalhos rurais, nos trabalhos com gado e também apresenta grande habilidade em velocidade a curtas distâncias.
APARÊNCIA
Animal de porte médio, expressando resistência, agilidade e tranqüilidade. Quando não está em trabalho deve conservar-se calmo, mantendo a própria força sob controle. Na posição em estaca mantém-se reunido, apoiado sobre os quatro pés, podendo partir rapidamente em qualquer direção.
PELAGEM
Admite-se que o Cavalo Appaloosa possa apresentar pelagem alazã, alazã tostada, baia de alazã, palomina, baia, preta, zaina, castanha, tordilha, rosilha, lobuna, podendo ter ou não variação na pelagem.
Variações na Pelagem:
LEOPARDO
Refere-se ao animal branco com manchas ou pintas da pelagem básica em todo o corpo, inclusive na cabeça, pescoço e membros.
MANTA
Área branca sólida, geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se limitar sobre a mesma. Na manta normalmente encontra-se pintas ou manchas da pelagem básica.
PINTAS OU MANCHAS
Pontos brancos geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se limitar sobre a mesma, podendo apresentar-se com pintas da pelagem básica.
NEVADO
Refere-se ao animal que apresenta uma mistura de pêlos brancos e pêlos da cor básica geralmente sobre área dos quartos, podendo ser até por todo o corpo. Assemelha-se a flocos de neve caídos sobre a pelagem básica, podendo apresentar pintas da pelagem básica na mesma área.
PELE
A pele despigmentada é uma característica importante para o Cavalo Cavalo Appaloosa, sendo um indicativo básico e decisivo na raça. Tem a aparência "mesclada", de área pigmentada e área não pigmentada, diferente da pele cor-de-rosa. Esta pele mesclada pode ser encontrada em várias partes do corpo. Além da área ocular, focinho, pode ser encontrada na região retal, no períneo, nos genitais e úbere das fêmeas.
ANDAMENTO
Harmonioso em reta, natural, baixo. O pé é levantado livremente e recolocado de uma só vez no solo, constituindo-se no trote de campo.
ALTURA
São animais cuja altura média é de 1,50 m.
PESO
500 kg, em média.
CABEÇA
Pequena e leve, com fronte ampla e de perfil retilíneo. As faces, também denominadas ganachas, são cheias, grandes e muito musculosas.
Vistas de lado são chatas, discretamente convexas e abertas de dentro para fora quando vistas de frente, o que proporciona serem bem mais largas que a garganta. Desta forma, a flexão da cabeça é muito acentuada, permitindo grande obediência às rédeas. Em posição normal, a cabeça deve ligar-se ao pescoço em ângulo de 45°.
ORELHAS
Pequenas, alertas, bem distanciadas entre si, e com boa movimentação.
OLHOS
Grandes e devido ao fato da fronte ser ampla, bem afastados entre si permitindo um amplo campo visual, tanto para a frente como para traz, ao mesmo tempo, com o mesmo olho. A área ocular que rodeia a córnea, esclerótica branca, é mais evidente que em outras Raças. Nos outros animais, a esclerótica branca é visível se ocorrer movimento do globo ocular para os lados, para cima, para baixo e se a pálpebra for levantada.
Essa característica é muito peculiar no Cavalo Appaloosa, desde que não esteja combinada marca grande e extensa de cara (por exemplo, frente aberta e "malacara").
NARINAS
Grandes.
BOCA
Pouco profunda, permitindo grande sensibilidade às embocaduras.
FOCINHO
Pequeno.
GARGANTA
Estreita, permitindo grande obediência às rédeas.
PESCOÇO
Comprimento médio e de forma piramidal, sem desvios de bordos, seja inferiores ou superiores. Deve-se inserir-se no tronco em ângulo de 45°, porém, bem destacado do mesmo. Somente a junção entre o pescoço e a cernelha deve ser gradual.
A musculatura é bem pronunciada, tanto visto de lado, como de cima. As fêmeas têm pescoço proporcionalmente mais longo, garganta mais estreita e desenvolvimento muscular menor. O Cavalo Appaloosa, quando em trabalho, mantém a cabeça baixa, podendo assim usá-la melhor, e permitindo ao cavaleiro uma perfeita visão sobre ela.
TRONCO
Da cernelha ao lombo, deve ser curto e bem musculado, não "selado" especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o declive gradual de 50 a 80° da garupa a base da cernelha. O vértice da cernelha e a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo nível.
CERNELHA
Bem definida, de altura e espessura média.
DORSO
Bem musculado, ao lado das vértebras e, visto de perfil, com discreta inclinação de traz para frente. Tendo aparência semi-chata, o arreamento comum deve cobrir toda essa área.
LOMBO
Curto, com musculatura acentuadamente forte.
GARUPA
Longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os posteriores normalmente embaixo da massa corpórea (engajamento natural).
PEITO
Profundo e amplo. O peito visto de perfil, deve ultrapassar nitidamente a linha dos antebraços, estreitando-se porém no ponto superior da curvatura, de forma a diferenciar-se nitidamente do pescoço. Vista de frente, a interaxila tem forma de "V" invertido, devido a desenvolvida musculatura dos braços e antebraços.
TÓRAX
Amplo, com costelas largas, próximas, inclinada e elásticas. O cilhadouro deve ser bem mais baixo que o codilho.
MEMBROS ANTERIORES
ESPÁDUA
Deve ter ângulo de aproximadamente 45° , denotando equilíbrio e permitindo a absorção dos choques transmitidos pelos membros.
BRAÇOS
Musculosos, interna e externamente.
ANTEBRAÇOS
O prolongamento da musculatura interna dos braços proporciona ao bordo inferior do peito, quando visto de frente, a forma de "V" invertido, dando ao cavalo aparência atlética e saudável. Externamente a musculatura do antebraço também é pronunciada, o comprimento do antebraço é um terço a um quarto maior que a canela.
JOELHOS
Vistos de frente são cheios, grandes e redondos; vistos de perfil, retos e sem desvios.
CANELAS
Não muito curtas. Vistas de lado, são chatas, seguindo o prumo do joelho ao boleto; vista de frente igualmente sem desvios.
QUARTELAS
De comprimento médio, formato aproximadamente semi circular com talões bem afastados, sem desvios.
CASCOS
De tamanho médio, formato aproximadamente semi circular, com talões bem afastados, sem desvios. Somente o animal Cavalo Appaloosa terá cascos com listras verticais claras e escuras bem pronunciadas e nitidamente definidas em membros sem calçamentos. Em outras raças, as listras verticais, em geral, são resultado de um ferimento na coroa acima do casco do animal ou estão presentes em membros com calçamento.
MEMBROS POSTERIORES
COXAS
Longas, largas, planas, poderosas, bem conformadas, fortemente musculadas, mais largas que a garupa.
SOLDRA
Recoberta por musculatura bem destacada, poderosa.
PERNAS
Muito musculosas. Essencialmente importante é o desenvolvimento muscular homogêneo, tanto interna quanto externamente.
JARRETES
Baixos. Por traz, são largos, limpos aprumados; de perfil, largos, poderosos estendendo-se em reta até os boletos.
CANELAS
Mais largas, discretamente mais longas e mais grossas que as anteriores. De lado, são chatas, são convenientes canelas mais curtas, tornando o jarrete mais próximo ao solo, permitindo voltas rápidas e paradas curtas.
QUARTELAS
Discretamente mais fortes que as anteriores, porém com a mesma inclinação.
CASCOS
Menores que os anteriores, oblongos. Somente o animal Cavalo Appaloosa terá cascos com listras verticais claras e escuras bem pronunciadas e nitidamente definidas em membros sem calçamentos. Em outras raças, as listras verticais, em geral, são resultado de um ferimento na coroa acima do casco do animal ou estão presentes em membros com calçamento.
CAUDA
Medianamente inserida, elegante com pêlos grossos. Podem, por ventura, apresentar-se mais ralas que as outras Raças.
Obviamente, toda a estrutura, o arranjo, bem como o desenvolvimento ósseo e muscular do animal devem ser levados em consideração. Ainda assim, atenção especial deve ser dada ao trem posterior, uma vez que dele dependem basicamente os atributos peculiares do Cavalo Appaloosa:- partida rápida, velocidade, paradas curtas e voltas rápidas.
RECOMENDAÇÕES
1. Os animais que apresentarem problemas hereditários como monorquidismo, criptorquidismo, hérnia inguinal, hérnia umbilical, portadores de HYPP (Paralisia Hipercalemica Periódica), assim como qualquer outra anomalia genética, não são aconselhados a serem utilizados na reprodução, conforme determina as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
2. Que os acasalamentos objetivando a Criação do Cavalo Cavalo Appaloosa, tenha um dos genitores cumprindo o dispositivo no art. 17, Cap. IV, em seu § 3º. Item 3.
Características do Cavalo Appaloosa
DESPIGMENTAÇÃO DA PELE
A pele despigmentada é uma característica importante para o Cavalo Appaloosa, sendo um indicativo básico e decisivo na Raça. Tem a aparência "mesclada", de área pigmentada e área não pigmentada, diferente da pele cor-de-rosa. Esta pele mesclada pode ser encontrada em várias partes do corpo. Além da área ocular, focinho, pode ser encontrada na região retal, no períneo, nos genitais e úbere das fêmeas.
ESCLERÓTICA BRANCA EVIDENTE
A área ocular que rodeia a córnea, esclerótica branca, é mais evidente que em outras Raças. Nos outros animais, a esclerótica branca é visível se ocorrer movimento do globo ocular para os lados, para cima, para baixo e se a pálpebra for levantada. Essa característica é muito peculiar no Cavalo Appaloosa, desde que não esteja combinada marca grande e extensa de cara (por exemplo, frente aberta e "malacara")
CASCOS RAJADOS
Somente o animal Cavalo Appaloosa terá cascos com listras verticais claras e escuras bem pronunciadas e nitidamente definidas em membros sem calçamentos. Em outras raças, as listras verticais, em geral, são resultado de um ferimento na coroa acima do casco do animal ou estão presentes em membros com calçamento.
Pelagem da Raça Cavalo Appaloosa
Conheça as exóticas pelagens do Cavalo Appaloosa
Manta- área branca sólida, geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se limitar sobre a mesma. Na manta normalmente encontram-se pintas ou manchas de pelagem básica.
Leoparda
Refere-se ao animal branco com manchas ou pintas escuras em todo o corpo, inclusive nos membros, pescoço e cabeça.
Nevada
Refere-se ao animal que apresenta uma mistura de pêlos brancos e pêlos da cor básica, geralmente sobre a área dos quartos. Assemelha-se a flocos de neve caídos sobre a pelagem básica.
Pintas ou Manchas
Pontos claros ou escuros sobre uma parte do corpo, geralmente sobre a garupa.
Importante
Animais que apresentarem manchas brancas maiores que 14 (quatorze) cm em regiões isoladas do corpo e pelagem pampa, serão registrados, porém ficarão vetados à reprodução.
A Raça Appaloosa no Brasil
Comanche´s Double foi o primeiro animal registrado no Brasil. Passados mais de 25 anos, a Raça já tem no País o segundo maior plantel do mundo, com mais de 25 mil animais registrados e espalhados por várias regiões.
No início da década de 70 chegou ao Brasil o primeiro exemplar de Appaloosa. Foi trazido ao pé de uma égua Quarto de Milha numa importação feita pelo criador paulista Carlos Raul Consonni. Mas coube a outro criador, Jorge Rudney Atalla, de Jaú/SP, o mérito de ter o registro nº 1 da Raça no País: Comanche’s Double, importado em 1975.
O animal era exposto nas mostras do Quarto de Milha e impressionava. Atalla acabou sendo o cicerone de vários criadores em viagens para os Estados Unidos, em visitas a diversos Haras selecionadores de Appaloosa. As viagens renderam as primeiras importações e o desejo de se fundar uma entidade própria para a Raça.
O intento virou realidade em 27 de Novembro de 1977 quando nasceu a ABCCAppaloosa - Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Appaloosa, reconhecida pelo Ministério da Agricultura. Entre os fundadores estavam Jorge Rudney Atalla, Carlos Raul Consonni, Toni Persone, Antonio Luiz Teixeira de Barros Jr., Sérgio Augusto Zonno, Mário Sérgio Vasques e as empresas Comercial e Agropecuária Borborema Ltda. e Paisa Pinfildi Agropecuária. O Stud Book contava, inicialmente, com 45 animais, principalmente de origem importada. Dois anos depois o número de produtos já havia sido triplicado, e na década seguinte - marcada pelo apogeu da eqüinocultura brasileira - o Appaloosa já tinha conquistado várias regiões do País.
Os anos 90 reforçaram a seleção e evolução da Raça, notadamente com o aumento das importações, possibilitando programas criteriosos de cruzamentos, restringindo-se os acasalamentos com alguns agrupamentos de indivíduos e priorizando-se os de Appaloosa entre si. Pureza racial passou a ser palavra de ordem.
Já neste novo século, a prioridade está em promover cruzamentos direcionados com os animais da Raça Quarto de Milha e Puro-Sangue-Inglês, bem como possibilitar o incremento da Raça com a viabilidade de uso de sêmem nacional e importado, bem como, de embriões, nacional e importado, em quantidade a critério do criador.
Atualmente, o Appaloosa já conta no Brasil com mais de dois mil criadores e proprietários espalhados por todas as regiões do País.
Atualmente, o Appaloosa já conta no Brasil com mais de dois mil criadores e proprietários espalhados por todas as regiões do País.
Eles são detentores de um plantel estimado em mais de 25 mil animais que se distribuem em maior número pelo Estado de São Paulo, seguido pelo Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Distrito Federal. Objetivando a formação do plantel a partir das características morfológicas da Raça, a seleção inicial da tropa brasileira se baseou em linhagens de Conformação.
A partir do final dos anos 80, com o crescente interesse pelas provas funcionais, intensificou-se a seleção de animais de competição. A primeira prova exclusiva do Appaloosa no Brasil aconteceu em 1987. Começavam a ser instituídos os eventos oficiais como o Campeonato Nacional, o Congresso Pan-Americano, o Potro do Futuro, o Futurity Appaloosa, o Potro de Ouro e os Campeonatos Regionais criados em diferentes Estados do País com a proposta de fomentar e promover a Raça, símbolo de um povo nativo que ajudou a escrever a história do continente norte-americano.
Domados ou selvagens, os cavalos palouses coloriam as pradarias em galopes de liberdade ou montados pelos guerreiros indígenas que orquestravam o tropel com repetidos brados. Não por acaso que a imagem mundialmente se perpetuou da raça Appaloosa é a do cavalo de índios.
Nas ancas, dorso e cernelha o pincel da criação salpicou cores diferentes, distribuiu pintas escuras sobre a pelagem básica, algumas vezes carregou mais o pincel nas ancas em formato de mantas... As pelagens negra, alazã, castanha, zaina, baia, palomina, tordilha, e rosilha ganharam composições como em nenhuma outra raça da espécie eqüina. Formada a partir dos cavalos introduzidos pelos colonizadores europeus na América, estes animais de plástica inigualável corriam soltos pela bacia do rio Colúmbia e seus afluentes onde foram capturados e domesticados pelos Nez Perce, índios guerreiros que habitavam o vale do rio Palouse, uma região dominada pelos colonizadores franceses. Os Nez Perce domavam os cavalos pintados, usando-os como meio de transporte, montaria de caça e como instrumento de guerra nas constantes batalhas com os brancos.
Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de regiões íngremes e áridas, os cavalos dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.
A técnica de seleção, adotada há mais de 100 anos, acabou garantindo a preservação das principais características destes animais, em especial sua variada exótica pelagem. Apesar de a autoria da primeira seleção da raça na América ser atribuída aos Nez Perce, historiadores acreditam que a origem de cavalos com a pelagem típica do moderno Appaloosa é ainda mais antiga. Pinturas rupestres encontradas na Espanha e nas famosas cavernas de Lascaux, na França, desenhadas 18 mil anos antes de Cristo, revelam figuras de cavalos com características semelhantes as do Appaloosa. Outros registros de cavalos pintados foram encontrados em pinturas datadas de 5.000 anos a.C. e em cavalos selecionados na antiga Pérsia há 1.600 anos.
As exóticas pelagens do Appaloosa:
Manta
A branca sólida, geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se limitar sobre a mesma. Na manta normalmente encontram-se pintas ou manchas de pelagem básica.
Leoparda
Refere-se ao animal branco com manchas ou pintas escuras em todo o corpo, inclusive nos membros, pescoço e cabeça.
Nevada
Refere-se ao animal que apresenta uma mistura de pêlos brancos e pêlos da cor básica, geralmente sobre a área dos quartos. Assemelha-se a flocos de neve caídos sobre a pelagem básica.
Pintas ou Manchas
pontos claros ou escuros sobre uma parte do corpo, geralmente sobre a garupa.
Rosilha ou Tordilha
são aceitas restrições somente aos produtos nascidos de pais registrados que apresentem cascos rajados, esclerótica branca e pele pigmentada ou despigmentada.
Importante
Não são registrados animais que apresentam manchas brancas maiores que 14cm em regiões isoladas do corpo e a pelagem pampa.
Como identificar um Appaloosa
- Despigmentação da pele
- Despigmentação da esclerótica
- Despigmentação da genitalha
- Cascos rajados
- Despigmentação da esclerótica
- Despigmentação da genitalha
- Cascos rajados
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