quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pantaneiro

Pantaneiro


Histórico

Esta raça se formou de maneira natural, pela segregação, há mais de dois séculos na região dos Pantanais de Mato Grosso, que compreende os municípios de Poconé, Cáceres, Leverger , Barão de Melgaço, Cuiabá, etc. Segundo a procedência ele recebe diversos nomes: "Ponconeano" de Ponconé, "Mimoseano" dos campos de capim mimoso de Barão de Melgaço, "Bahia" de campina chamada Bahia, do município de Poconé.
Conforme os estudos do prof. O Domingues, a quem devemos quase todas as informações, esta população originou-se de cavalos de Goiás levados para o norte de Mato Grosso, cujo tipo era o Bético-Luzitano, uma mistura de cavalos Árabe e Barbo.
Há entretanto quem admita à participação dos cavalos dos indígenas, procedentes do Paraguai, do mesmo tipo que deu origem ao Crioulo.

Descrição

Peso não determinado. Aproximadamente 350Kg. Estatura em média 1,42m segundo Domingues, encontrando-se animais de 138 a 153cm. Pelagem - Predomina a tordilha (45%), seguindo-se a báia, pedrês, e castanha. Contudo encontram-se outras pelagens em pequena escala. O pampa e o pombo são indesejáveis.
Cabeça bem feita, proporcionada, de perfil direito ou subconvexo, às vezes um pouco grande, com orelhas curtas, olhos vivos, fronte longa e ampla, focinho antes curto, com ventas espaçadas e boca bem rasgada. Pescoço forte, sem ser grosso, bem implantado, com pouca crina. Corpo alongado, com boas espáduas, cernelha aparente, dorso direito (às vezes enselado ou convexo) garupa inclinada e inserção baixa da cauda . O corpo deve ser largo e profundo, a garupa comprida e larga, a cauda curta, com crinas também curtas e órgãos genitais bem conformados.
Membros altos, limpos, de boa ossatura, geralmente aprumados, paletas inclinadas, braço e pernas longos, quartela média ou curta, cascos médios ou pequenos, lisos e pretos e curvilhão não muito aberto.

Aptidões

Trata-se de uma raça natural regional de cavalo campeiro, bem adaptada às condições particulares de importante região criatória do Mato Grosso. Assemelha-se um pouco ao Crioulo do sul, nos seus característicos raciais, diferindo sobretudo pelos seus membros relativamente altos e menor compacidade do pescoço, do tronco e da garupa . Seus andamentos não foram descritos, mas os poucos animais que conhecemos eram trotões. Seu temperamento é vivo, porém dócil e sua constituição robusta.
No Estado de Mato Grosso, região do Pantanal, formou-se um tipo eqüino com características próprias adquiridas durante quatro séculos, quando da sua formação e aclimatação ao meio complexo e hostil em que se desenvolvem. Chamado de Pantaneiro, muito embora ele seja conhecido também como Mimoseano, Baiano e Poconeano, segundo a região onde vivem.
A origem desse cavalo está fixada ao longo de nossa história, ressaltando três fases distintas.
A primeira, quando, na terceira e quarta década do século XVI, formou-se o Pantaneiro, originário do Cavalo Crioulo Argentino, proveniente da cavalhada de Pedro de Mendoza, espalhadas nos pampas naqueles anos, após a destruição da Vila de Buenos Aires pelos silvícolas e do cavalo paulista oriundo de animais portugueses trazidos por Martin Afonso de Souza, e levados pelos bandeirantes, através de Goiás, para o Pantanal em 1736.
A segunda fase, quando a partir de 1736, proveniente de Goiás, a imensa planície matogrossense anualmente inundada pelo transbordamento do Rio Paraguai e do seu afluente, o Pantanal foi povoado por grandes manadas de cavalos.
Em conseqüência das distâncias e dificuldades de comunicação entre essa zona e o litoral, o Pantaneiro ficou isolado durante longos anos e livre dos cruzamentos desordenados que tanto tem prejudicado nossos eqüinos.
Na terceira fase, iniciada em 1900, verificou-se a influência do Anglo - Árabe, do Normando, do Puro-Sangue Inglês e do Árabe, visando emprestar aos rebanhos nativos de até então, melhores aspectos de conformação e beleza.
O cavalo Pantaneiro é um mosaico racial, originariamente resultante de dois troncos primitivos étnicos: "Equus Caballus Asiáticus" e o "Equus Caballus Africanus".
O cavalo Pantaneiro é um patrimônio histórico porque cooperou na fixação do homem no Pantanal e em todo território matogrossense.
E um fator de segurança nacional porque pode ainda vir a desempenhar, nas regiões de difícil acesso, o importante papel de salvaguarda dos limites territoriais.
E um fator de econômico-social, porque a totalidade da população que habita o Pantanal, tem no Pantaneiro importante meio de transporte, sobretudo nas cheias, e sua mais importante função econômica se faz sentir junto à bovinocultura.

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