Afecções da canela em cavalos de corrida–
Parte III
Parte III
Fraturas de estresse do terceiro osso metacarpiano
As fraturas de estresse atingem principalmente o córtex frontal do principal osso da canela em cavalos PSI jovens. Podem ocorrer também na parte posterior do osso bem como nos côndilos (bordas redondas visualizadas nas extremidades dos ossos longos) medial e lateral.
a) Fraturas do córtex frontal do terceiro metacarpiano.
- Acomete os cavalos jovens em início de campanha atlética.
- É diferente da dor de canelas, porém as fraturas poderão ser consideradas o estágio final desta condição.
- Ocorrem geralmente na porção medial e tem uma curvatura orientada para cima e posterior, podendo atingir a porção interna do osso terceiro metacarpiano.
- Os sinais clínicos são de dor e claudicação unilateral, podendo ocorrer bilateralmente. Ocorre dor á palpação e poderá ocorrer tumefação local.
- O diagnóstico final é realizado através de RX, sendo vistas mais facilmente nas posições lateromedial ou oblíqua dorsomedial-palmarolateral.
- O tratamento utilizado é descanso total por um período mínimo de 8 semanas. A resolução total poderá demorar de 3 a 6 meses. Durante os estágios iniciais é indicado o uso de hidroterapia e drogas antiinflamatórias. Após este período mínimo, o animal deverá ser reavaliado radiograficamente, e se constatada reparação óssea, o cavalo poderá iniciar gradativamente os trabalhos de treinamento. Caso contrário, permanecerá em descanso e poderá até ser submetido a procedimentos cirúrgicos.
- Tratamentos alternativos que poderão ser utilizados com a terapia tradicional são a crioterapia, fototerapia e fonoterapia.
- O prognóstico é bom.
b) Fraturas de estresse na face posterior (palmar) do terceiro osso metacarpiano.
- Acomete animais de maior idade em corrida.
- São causadas por concussão continuada durante exercício, resultando em micro fraturas intracorticais.
- Os sinais clínicos são baseados no histórico de leve claudicação unilateral e constante.
- A claudicação desaparece ao bloqueio de nervo local (nervo lateral palmar). Em alguns casos até o nervo ulnar terá de ser bloqueado, dependendo da área afetada e sua inervação. No entanto, este método não é específico para diagnóstico.
- O diagnóstico é feito com base no RX com posição dorso palmar. A ultrassonografia deverá ser realizada em conjunto para verificar se o ligamento suspensório não foi afetado.
- O tratamento segue os mesmos critérios dos usados para as fraturas frontais e o prognóstico é bom. A única diferença é que após o período de descanso, deverá ser realizado exercício físico de alta intensidade.
c) Fraturas de estresse palmares dos côndilos (extremidades ósseas).
- Afetam a face traseira dos côndilos da articulação do boleto e geralmente precedem as fraturas completas dos mesmos.
- São fraturas características de animais jovens, resultados de reações osteoescleróticas com locais secundários de micro fraturas nos côndilos mediais e laterais (face interna e face externa do osso, respectivamente).
- Os sinais clínicos são claudicação unilateral de moderada a grave, sendo exacerbada á flexão do boleto. Através RX, a técnica radiográfica é complexa para se conseguir visualizar este tipo de fratura.
- O tratamento consiste em descanso total no mínimo por 8 semanas, seguido de avaliação radiográfica. Havendo resposta positiva, o cavalo poderá iniciar os trabalhos gradativamente.
- Devido a este tipo de fratura ser a provável precursora das fraturas completas, o diagnóstico precoce é vantajoso para o prognóstico. Não ocorrendo a fratura total, o animal terá grandes chances de recuperar sua total forma física.



Psoroptes equi, que ataca preferentemente as zonas do corpo revestidas por pelagem mais densa, tais como o topete e a crina, seguindo-se em ordem de freqüência as regiões escapular e a de inserção da cauda. Raramente ataca as regiões como o ventre, garupa, curvilhão ou orelhas, e quando isso acontece, em geral está associada com a Sarna Sarcóptica que será mais especificamente tratada abaixo.
Chorioptes equi, ou simplesmente Sarna Corióptera, também conhecida como Sarna da patas, pelo fato de quase sempre encontrar-se o parasita localizado nessa região exterior do animal. Produzindo intensa coceira, os animais quando parasitados demonstram-se irritadiços, andando de um lugar para outro sem se manterem calmos como usualmente acontece quando não parasitados. Dão patadas contra o chão, golpeiam com suas próprias patas as paredes dos locais onde se encontram alojados, mordem-se assim como os objetos circunvizinhos, demonstrando assim o prurido que sentem em suas extremidades. Essa irritação do animal é mais intensa principalmente a noite devido a grande atividade do ácaro parasita nesse horário, levando o dono ou o tratador do animal a pensar tratar-se de vício do animal. Durante os meses mais quentes há remissão dos sintomas, que tendem a voltar quando durante o Inverno ou noites frias, daí ser conhecida também pelo nome de Sarna Invernal.
Sarcoptes equi, ou simplesmente Sarna Sarcóptica, também chamada de Escabiose por semelhança com a produzida no homem e em algumas espécies animais pelo seu primo Sarcoptis scabiei.
arcadas orbitarias, nariz, lábios e orelhas. Avança em seguida para o pescoço e região escapular, e nos cavalos utilizados como montaria ou tração, na região da sela. Todo o corpo pode ser invadido pelo parasita em prazo curto de 4 a 6 semanas, porém, excepcionalmente são parasitadas as regiões baixas como ventre e extremidades do corpo. Provoca prurido intenso, principalmente durante a noite. É mais freqüente que a Psoróptica, podendo associar-se a esta, produzindo então um quadro clínico não definido como quando acontece estar presente sozinha.
