quinta-feira, 4 de julho de 2013

Doenças



Doenças

Síndrome de Cushing
 
A Síndrome de Cushing é uma doença comum que ataca o sistema endócrino do animal. É uma condição incurável, mas pode ser administrada na maioria das situações com medicação apropriada. O resultado de um problema que afeta a glândula pituitária, a Síndrome de Cushing faz com que a glândula pituitária produza uma quantidade excessiva de um hormônio conhecido como cortisol. Este hormônio regula um número de funções no animal, e sua super-produção pode trazer sintomas, como um pelo ondulado espesso, sede, apetite incomum, perda de peso, mesmo o cavalo comendo bem, e micção frequente. A Síndrome de Cushing ocorre na maioria das vezes em cavalos mais velhos, porém, visto que muitos dos sintomas da doença são atribuídos à idade, o diagnóstico não é frequentemente feito até que o cavalo tenha sofrido da síndrome por algum tempo.
 
Encefalite equína
 
Picada de mosquito pode infectar o cavalo com uma doença viral conhecida como encefalite, que comumente manifesta de três formas. Encefalite equina do Leste, do Oeste e Venezuelana irão atacar o sistema nervoso central de um cavalo. Febre alta, que dure num intervalo de dois a três dias, é o sinal inicial da doença. O cérebro do animal se torna inflamado com o tempo, de forma que o animal perde coordenação, controle muscular e se torna terrivelmente lento. As fases finais da encefalite causa convulsões e paralisia. A versão oriental da doença é a mais perigosa, com taxas de mortalidade de até 90%. Tratamento para encefalite num cavalo contaminado, em que mosquitos transitem por pássaros por eles picados, é limitado. A melhor forma de proteger um cavalo é a vacinação contra a doença por um veterinário autorizado.
 
 
Vírus do Nilo Ocidental
 
O Vírus do Nilo Ocidental é outro tipo de doença viral causada por mosquito em cavalos, que é espalhada quando o mosquito pica um pássaro infectado e transmite a doença ao cavalo por sua picada. O vírus do Nilo Ocidental resulta em encefalite, juntamente com possível meningite, que é um inchaço do revestimento da espinha dorsal e do cérebro. Tremura nos músculos, má coordenação e letargia são sinais desta doença. Cavalos podem ser vacinados contra o vírus do Nilo Ocidental, ao contrário dos humanos, que também são vulneráveis a esta doença.
 
 
Doenças causadas por carrapatos
Picadas de carrapatos são responsáveis por transmitir várias doenças a cavalos. A Doença de Lyme é bacteriológica, e lentamente traz sintomas como artrite e dores em um cavalo. Antibióticos podem ajudar o cavalo, mas isso pode levar até dois anos. A ehrlichiose equína é uma doença transmitida por carrapatos, na qual pequenos microrganismos provocam febre no cavalo e faz com que eles percam o apetite, mas o tratamento com antibiótico pode curar o cavalo quando a doença for diagnosticada. Anemia extrema é o resultado da piroplasmose equina, enquanto a febre do carrapato do Colorado é uma infecção viral severa. Ambas são doenças equinas comuns provocadas por picada de carrapato.
 
 
Outras doenças comuns
 
A gripe equina afeta o sistema respiratório superior de um cavalo com sintomas como febre, tosse e falta de apetite. A febre Potomac causa diarreia, com a grande maioria dos casos na parte leste dos Estados Unidos. A cinomose é uma doença equina que é muito contagiosa entre os cavalos. Ela pode causar inchaço nos nódulos linfáticos do animal na região da mandíbula. Cavalos abaixo da idade de dois anos pode adquirir o vírus da herpes equina, uma doença que faz os cavalos tossirem e terem um corrimento pelo nariz.

Garrotilho, Gurma - adenite eqüina
Sintomas: Corrimento nasal acompanhado de tosse; gânglios faringianos, sub-linguais, submaxilares e proparotídeos aumentados, dificultando a respiração, podendo asfixiar.
Lesões: abscessos contando pus cor creme na região faríngea; baço aumentado com focos purulentos.
Material para exame: em geral não é necessário, pois é fácil o diagnóstico pelos sinais clínicos.
Profilaxia: desinfecção dos boxes, baias, bebedouros, cochos e demais instalações e vacinação.
Tratamento: isolar os doentes e manter em observação os suspeitos; vacinar.

Tétano
Sintomas: rigidez geral ou localizada; "trismus" maxilares; narinas dilatadas cabeça distendida, orelhas levantadas e aproximadas; cola erguida; olhos fora das órbitas; locomoção dificultosa e febre elevada.
Lesões: não existem lesões típicas à necropsia.
Material para exame: pus ou raspagem das feridas contaminadas para isolamento do germe pouco usado.
Profilaxia: desinfecção das feridas acidentais e cirúrgicas, notadamente a dos membros, que devem ser protegidas com pensos; soro antitetânico; assepsia do instrumental cirúrgico.
Tratamento: urotropina, antiespasmódicos e soro antitetânico em doses maciças; a não ser no início da doença, isso é de pouco valor. Manter o animal abrigado dos raios solares, chuva, barulho e outros agentes existentes.

Mal das cadeiras, tripanossomíase (t.equinum)
Sintomas: emagrecimento progressivo, febre intermitente e remitente, paralisia dos membros posteriores, que fazem deslocar os membros de um lado para outro quando o animal troteia; progredindo a paralisia, o que obriga o animal a permanecer em decúbito até a morte.
Lesões: nenhuma característica a não ser anemia e icterícia Material para exame: esfregaços de sangue. Profilaxia: isolamento das áreas suspeitas; sacrificar os doentes mais graves queimar os cadáveres.
Tratamento: quimeoterápicos específicos, porém com resultados duvidosos, dependendo do estágio da doença.

Mal do coito, mal de faveiro-durina, tripanossomíase (t. equiperdum)
Sintomas: excitação dos machos, micções freqüentes, irritações da uretra, edemas nos genitais e inflamações dos gânglios inguinais, placas de despigmentação na pele do períneo e órgãos genitais. Nas fêmeas, a vulva e o úbere se inflamam, com placas de despigmentação.
Lesões: as da anemia e as descrita nos sintomas.
Material para exame: esfregaços de sangue.
Profilaxia: isolar as áreas contaminadas e os reprodutores portadores.
Tratamento: quimeoterápicos específicos e desinfecção local com uso de cicatrizantes.

Esponja, ferida de verão - habronemosa
Sintomas: três formas: gástricas, pulmonar e cutânea; nas duas primeiras, poucos sinais clínicos; na cutânea, granulações, obrigando o animal a coçar-se, a ponto de sangrar, atraindo as moscas para novas instalações.
Lesões: as descritas nos sintomas.
Material para exame: fezes.
Profilaxia: combate às moscas, proteger as feridas.
Tratamento: na forma cutânea cirurgia e uso de produtos cicatrizantes.

Verminoses - helmintíases
Sintomas: perturbações gastro-intestinais e circulatórias com mortalidade e emagrecimento, fezes sanguinolentas, cólicas e anemias.
Lesões: catarro no intestino; intestino lesionado e com vermes; úlceras.
Material para exame: fezes.
Profilaxia: não criar em terrenos baixos, alagadiços.
Tratamento: uso de vermífugos.

Sarnas - acarioses
Sintomas: prurido intenso à noite e nas horas mais quentes do dia; crostas na pele.
Lesões: depilação e túneis na pele.
Material para exame: raspado na pele.
Profilaxia: desinfecção rigorosa nas instalações e material de arreamento.
Tratamento: isolar os doentes, dar banhos com produtos químicos específicos.

Gasterofilose
Sintomas: ataca geralmente animais invernados; se o animal começar a coçar-se com os lábios, língua e dentes; emagrecimento progressivo, cólicas violentas, anemias, fraqueza e hemorragia nos casos graves.
Material para exame: partes do tubo digestivo.
Profilaxia: limpeza rigorosa, desinfecção, combate às moscas.
Tratamento: complexo vitamínico: A D E+ B.

Raquitismo
Sintomas: distúrbios no crescimento, magreza, articulações aumentadas de volume, pelos opacos, defeitos nos aprumos e no andar.
Lesões: as descritas nos sintomas; ossos porosos; maior porosidade nas extremidades.
Material para exame: não é necessário.
Profilaxia: alimentação balanceada, especialmente de sais minerais.
Tratamento: difícil recuperação nos casos mais graves; alimentação correta, reforço de vitaminas A D E+ complexo B, ferro e sais minerais.

Cara inchada - osteodistrofia
Sintomas: progressivo abaulamento dos ossos da face e aumento da espessura das mandíbulas em ambos os lados da cabeça; ossos frágeis; fraturas.
Lesões: deformações dos ossos da cabeça.
Material para exame: sangue total não coagulado; soro sanguíneo; fezes; forrageiras das pastagens; alimentos concentrados utilizados nas rações.
Profilaxia: rações equilibradas com relação apropriada de cálcio, fósforo, volumosos à base de leguminosas (alfafa); reduzir as proporções de milho e farelos de trigo ou de arroz; pastagens de gramíneas de leguminosas; correção dos solos das pastagens (calagens); evitar pastagens alagadiças; tratamento preventivo de verminose estruturas minerais suplementares com sais de cálcio e vitamina D.
Tratamento: suspender rações de concentrados à base de milho e farelo de trigo; fornecer fenos de leguminosas (alfafa); sais minerais para estabelecerem boa relação Ca:P nas rações. A administração de Ca e P pode ser injetável ou via oral.

Aguamento
Sintomas: congestão das mucosas; respiração acelerada; edema nos membros; pulso acelerado; dificuldades de andar; apóia os membros sobre os talões; cascos quentes e coroas inflamadas.
Lesões: as sintomáticas.
Profilaxia: boa higiene, alimentação. Tratamento: sangria, desferrar, soro hidratante.


Doenças de Pele

Os fungos estão normalmente presentes no meio ambiente e na pele dos animais com uma certa abundância, mas apenas algumas espécies apresentam a capacidade, em determinadas circunstâncias, de causar doença. Tradicionalmente, os problemas de pele nos cavalos não são considerados situações particularmente preocupantes. Na verdade, alguns acabam por se resolver espontaneamente sem qualquer tipo de tratamento, embora possa demorar algum tempo. Outros, porém, tornam-se bastante críticos, quer pela possibilidade de contágio ao homem, como é o caso da tinha (infecção por fungos) e da sarna (infecção por ácaros, pequenos parasitas da pele), quer pela gravidade da doença propriamente dita e dos seus sintomas.


Animais com prurido intenso, por exemplo, coçam-se até no próprio arreio ou em qualquer superfície rugosa ou mesmo cortante, provocando feridas que constituem uma porta de entrada para todo o tipo de infecções. Vamos agora debruçar-nos sobre algumas situações que afectam a pele dos cavalos, começando pelas mais frequentes. Os fungos estão normalmente presentes no meio ambiente e na pele dos animais com uma certa abundância, mas apenas algumas espécies apresentam a capacidade, em determinadas circunstâncias, de causar doença (tinha ou dermatofitose). Por essa razão, uma amostra de pêlos que revele a presença de fungos não é necessariamente significativa. Por outro lado, os fungos são agentes que facilmente se instalam secundariamente quando outros factores danificam a pele, ou mesmo quando o sistema imunitário se encontra enfraquecido, não sendo por vezes a causa primária da doença. Neste tipo de infecção por fungos (dermatófitos) os animais afectados apresentam várias áreas de descamação e alopécia (zonas sem pêlo), com ou sem prurido, não estando geralmente envolvidos a crina e a cauda.


As situações de natureza alérgica são também bastante frequentes, podendo ser causadas por alimentos, pelo contacto com produtos químicos aplicados nas instalações, por medicamentos, por produtos de limpeza ou insecticidas aplicados sobre os animais, por picadas de insectos, etc.. As picadas das moscas são precisamente uma das principais causas de reacções alérgicas no cavalo. Existe uma grande variedade capaz de desencadear este tipo de reacções, mas as Culicoides são talvez as mais frequentes. São moscas extremamente pequenas (1 a 3 mm) mas de picada dolorosa, activas em tempo quente e sem vento (pois são fracas voadoras) e alimentam-se desde o cair da noite até ao amanhecer. As larvas desenvolvem-se em águas estagnadas. Apenas alguns cavalos desenvolvem uma reacção de hipersensibilidade às suas picadas, havendo uma certa predisposição familiar. As lesões localizam-se na cabeça, orelhas, peito, crina e base da cauda, podendo variar consoante a espécie de Culicoides. O prurido intenso é o principal responsável pelas lesões, levando os animais a coçarem-se em qualquer aresta ou mesmo a morderem-se. Esta situação tende a agravar-se ano após ano, após uma aparente melhoria durante os meses de Inverno, e não tem cura desde que estejam presentes Culicoides.


O seu tratamento passa, portanto, pelo controlo destes insectos através do estábulo durante os períodos em que estes se alimentam, do uso de insecticidas ou repelentes, de redes para mosquitos, e ainda pela administração de medicação apropriada de modo a eliminar ou reduzir o prurido. Outros agentes que podem causar prurido intenso são os ácaros da sarna. Estes parasitas provocam lesões com localização diferente consoante a espécie a que pertençam: na cabeça e pescoço, na base da crina e da cauda, ou nos membros, mas em fases avançadas as lesões podem espalhar-se a outras zonas. Esta doença transmite-se por contacto directo e é contagiosa ao homem, embora geralmente sem grande gravidade. Certos animais desenvolvem reacções inflamatórias superficiais em zonas brancas ou despigmentadas do corpo (geralmente no focinho e na extremidade dos membros). São processos de fotosensibilização, associados geralmente à ingestão de certas plantas ou a alterações dometabolismo do fígado. Como podemos constatar, situações aparentemente idênticas podem ter causas bastante distintas.


A base da cauda coçada e sem pêlo, por exemplo, é geralmente um sinal de parasitismo intestinal, mas também pode tratar-se de um caso de hipersensibilidade à picada de insectos, alergia alimentar, sarna ou apenas um vício comportamental. Mesmo depois do cavalo parar de se coçar ainda temos de esperar um a dois meses até a cauda voltar a crescer. Os tratamentos usados em dermatologia equina são muito variados consoante a situação a que se destinam, mas convém não esquecer que tratar os animais pode não ser suficiente: o ambiente, as camas, o material de limpeza, os arreios, devem merecer atenção pois estão muitas vezes implicados. Quanto aos cavalos de competição, fica também uma chamada de atenção: uma simples pomada, spray ou qualquer outro produto aplicado sobre a pele pode conter substâncias que, ao serem absorvidas, poderão vir a ser detectadas mais tarde nos testes de controlo antidoping.


Odonto Equino

A odontologia eqüina é uma área relativamente nova como especialidade veterinária. Proprietários, treinadores e veterinários estão cada vez mais valorizando o exame e o tratamento dentário, incluindo-os na sua rotina.
As principais razões pelas quais há grande necessidade dessa prática são: Nós modificamos os hábitos e os padrões alimentares dos eqüinos através da domesticação e do confinamento; nós freqüentemente selecionamos animais para reprodução sem considerar problemas relacionados à dentição; e nós exigimos cada vez mais de nossos cavalos de performance, iniciando-os em esportes ainda jovens.

O papel do dentista na doma é essencial, pois o conforto promovido pelo tratamento torna o trabalho do treinador e o aprendizado do potro mais fáceis e menos estressantes, melhorando, por conseqüência, o resultado final.
Cólica, queda na performance atlética e perda da condição física podem estar diretamente relacionados à saúde oral do cavalo.
Os problemas mais comumente encontrados nos exames orais são:
1- Excesso de pontas de esmalte. Pontas dentárias, que em excesso, podem lesionar as bochechas e a língua, causando dificuldade mastigatória e desconforto com o uso de cabeçada e embocadura.
2- Maloclusão, ou seja, uma relação anormal entre os dentes superiores e inferiores, que pode causar formações pontiagudas, como excesso de pontas de esmalte, bicos e ganchos e desnivelamento, como rampas e degraus nos dentes.
3- Dente do lobo. Este dente é vestigial, não tem função na mastigação, mas pode ferir as bochechas, a língua, e/ou entrar em choque com o bridão, podendo ser extremamente desconfortável.
4- Desordens de erupção. Dentes decíduos (de leite) impactados são mais comuns do que se pensa, e necessitam de extração, pois podem causar distúrbios na erupção dos dentes permanentes, doença periodontal e dor.
5 - Fraturas dentárias. Fraturas são comumente encontradas no exame da cavidade oral de cavalos. Fraturas com fragmentos deslocados podem causar dor nas bochechas e na língua, promover exposição e eventual contaminação da polpa dentária com conseqüente doença endodôntica e formação de abscesso periapical.

É muito importante que se inicie os exames orais nos potrinhos o quanto antes, pois algumas vezes podemos observar problemas que podem ser resolvidos quando o animal é ainda jovem, prevenindo desordens que podem ser determinantes no seu desenvolvimento, assim como em exposições e competições. O cavalo pode reagir ao desconforto e à dor jogando a cabeça para o alto, balançando a cabeça, mordendo a embocadura, com falta de apoio, dificultando manobras para os lados, ou de qualquer outra forma que encontrar para rejeitar a embocadura.
Cavalos que estão em constante manutenção apresentam melhor mastigação e digestão, aproveitando melhor o alimento e diminuindo o risco de cólica. Além disso, há o conforto percebido na hora de montar.

O tratamento periódico, geralmente 2 vezes por ano, é essencial para a manutenção da “saúde bucal” dos cavalos pois as interferências causadas por anormalidades no desgaste dos dentes podem interferir na saúde, na performance, no temperamento e na longevidade do seu cavalo.
Enfim, a odontologia promove melhoras notáveis nos animais nos aspectos físico, atlético, e porque não, psicológico criando condições para que o cavalo desenvolva todo o seu potencial.

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